21.3.05

Dia da poesia

As lentas palavras ecoam na solidão.
Encontro marcado na opacidade dos sentimentos
nelas, há um ruído perene
que tinge as paredes com as cores
que queremos.

Uma pena flutua, dança sobre si.
Na imensidão da planura
perder de vista, no ruminar da alma.
As ternurentas ideias esvoaçam
sem freio, gentis.

Na encruzilhada busca-se um sentido
– o sentido –
fulgurado por um turbilhão incandescente
que desvia a vista.

Doentia a busca por uma resposta.
A bravia demanda choca de frente
contra os olhos que insistem
em esquadrinhar um terreno árido.

A saída comprometida.
Um esgar de desconfiança.
Sinais vitais de um saber que se perde
entre o nevoeiro tardio que demora,
teimoso, entre as faúlhas da véspera.