28.11.13

Entrelaçados

As pagas não são juras.
Acantonam o tempo surdo.
Embelezam os braços suados.
Afiançam os desejos prometidos.
No deserto ou na mais agitada cidade.
Em todo o lado.
Em palavras adocicadas.
Na febre dos passos ouvidos.
Orquestradas nos beijos sibilinos.
Que dissolvem a sujidade das paredes.
Porque as juras não se pagam.

5.11.13

Vol d’oiseau

Visto do miradouro,
onde a paisagem é um distante nenúfar,
tudo é paradoxalmente detalhe.
Como se a miopia fosse ao contrário,
a distância curando de arranjar
lente hiperbólica.
Confirmando que a inspeção da proximidade
é nevoeiro atirado para cima da lucidez.
E confirmando a higiénica distância,
sabática purificadora que dita a,
talvez,
arrogante sobranceria do isolamento.
Desde o miradouro.