25.4.12

O céu não é o limite


O céu não é o limite.
E o que é um limite?
Se só atavismos ousam esboçar fronteiras.
Os que apoucam a (dizem)
demência dos ilimites
são os mesmos que se cercam de muralhas.
Dessas muralhas verte-se
horizonte sitiado na finitude.
Afinal
as fronteiras fermenta-as o pensamento.
Fora dele
e por dentro do irrefreável pensamento sem peias,
não há céu porque não há limites
(ou não há limites
porque as mãos não se banham no céu,
para o caso tanto faz).

3.4.12

A sangue frio


Descarnado.
Dos excessos que transbordam
no enfurecido cortejo de dias improváveis.
Os sedimentos de tudo,
em sonhos que se desfazem em nada,
vertidos num regaço adocicado.