22.8.05

Pós-industrial

A poeira do cimento
revolve-se no indiscreto olhar
do nada.
As convulsões interiores passeiam
a angústia repousante.
Nem a estranheza do silêncio sepulcral;
ou as asas do pássaro ocasional;
chegam para tingir o espasmo
que extenua
paralisa de medo.
Nas cavernas profundas,
longe de tudo resguardados do nada,
trânsfugas do medo contorcem-se
no seu ilusório contentamento.
Simulam-se
novas vidas disfarçadas.
Fogem da poeira mortífera.
Adiam o seu,
inevitável,
sofrido,
ocaso.