18.7.12

O livro que se abre


Éramos sentinelas do tempo
Um dia,
numa encruzilhada em que o tempo é pródigo,
passamos a ser atores.
Desatam-se os nós
que em nós açambarcavam o suor das paredes.
E agora somos tutores do tempo.

25.6.12

Momentum

Lust beneath sheets
woven clouds touched by fingers
(those fingers vested with gold).
The sun as witness
of hands vividly looking for waterfalls
(as waterfalls throw in golden waters).
And yet, time vanishes
but thirsty days are a timeframe of tomorrows
            (as tomorrows grow out from golden fingers).

19.6.12

Duly perfunctory


The moonrise breathes a new skin.
That shaded light throws butterflies
into candid eyes.
Time is bound in inertia.
Time does not matter.

25.5.12

Cofre (a sete chaves)


Soubera dos segredos
(fosse o tempo um oráculo)
e talvez os combustíveis fossem madraços para ignição.
E depois?
A janela do tempo tutela severa sentença.
Aos arrependimentos
manda o tempo desconhecido abonar inutilidade.
A aventura do tempo é a incógnita por diante.
E o seu sortilégio.

21.5.12

Matar ou morrer?


Toca e foge.
Enquanto é tempo. Enquanto há tempo.
Espalha a confusão.
E quando já só sobrarem
as ruínas de tudo que fora um algo,
estarás vigilante nas fendas do tempo.
Recolhendo,
com cínico sorriso,
os destroços.
Pois por aqui, é matar ou morrer.

17.5.12

Um esboço


Os olhos também se cegam.
Mesmo quando os mantemos acesos.
Arrependimentos são matéria postiça,
como se os dias por diante se alojassem
no ninho das memórias.
Sobra uma espécie de anestesia.
A existência corre em corredores paralelos.
A que conta,
escondida numa penumbra qualquer.