14.2.06

Namorados perenes

A beleza discreta.
Palavras frontais que desarmam.
Dedos quentes que percorrem com prazer
O meu corpo.

Quis-te dar tudo.
O sol de todas as cores.
Pintar os quadros mais belos
Pintar a tua pele macia,
um resplandecente sopro
que trouxe pureza de ar.

No teu altar
percebi como as coisas são:
reais, não imaginadas.
Caí em mim
agraciado pela temperança
de seres tu ao meu lado
namorada, sempre namorada.

À noite,
encamisados nos lençóis que nos recolhem
só um beijo
para a renovação dos sentidos.
Parece pouco;
na idealização do amor impossível, decerto.
não é de impossibilidade que careço.
Apenas palavras curtas e acertadas,
gestos sublimes e tão intensos.

Sentir
que há alguém
que divide uma vida
alguém
que franqueou as portas da sua vida
à minha existência.

Uma partilha.
De mim por ti, em ti por mim.
Um travo adocicado
que dá sentido aos sentidos.
Olhares, pele, carícias, palavras.
Ternura.
Um património que soubemos levantar.
Nosso.

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