É encontrar a
tua bissetriz
remexer com as
mãos o sal da terra
abraçar o aroma
dos frutos;
é sermos tutores
do tempo que se exige
como se não
houvesse dia depois deste
por o tempo se
esgotar
e nele nos querermos
saciar;
é adestrarmos um
navio
de que somos
únicos tripulantes
e por ele
levarmos os oceanos a todo o lado;
é mantermos as
mãos entrelaçadas
com flores
viçosas entre os dedos
e delas fazermos
nosso leito;
é, enfim, o que
quisermos ser:
reis de um
reinado ímpar
poetas arquitetos
de estrofes magníficas
sol que derrama
uma centelha perene
a pele una pela combustão dos sentidos
alvorada que se
funde na penumbra do ocaso
através dos
nossos dedos,
amos de um amor forte.