No chão que arde
as folhas caducas resistem.
Santuário onde os pés levitam.
As maçãs verdes
desabrocham a avidez do dia.
As paredes baças
só sequestram os olhos tementes
os olhos envidraçados
e as mãos atadas no lúgubre átrio.
As pedras vetustas
encimam as casas gastas
e devolvem o sagaz arrastar do tempo.
Oxalá houvesse maçãs verdes para gente
muita.
Não há cicerones
não há miradouros
não há chapéus que guardam ideias
não há sacerdotes que adestram baias
nem deuses semeados de generosidade.
Há apenas a lhaneza de nós
caminhantes sem freio
apanhando os comboios que passam
nos apeadeiros que vierem a preceito.
nos apeadeiros que vierem a preceito.
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