22.10.14

Transparência noturna

Na crina do cavalo
as mãos temerárias metem velocidade.
O animal povoa as pedras do caminho
enquanto no rasto sobeja poeira.
As mãos recebem o suor
da crina do cavalo, que não abranda.
Fecha os olhos
confia no cavalo que vai para um cais.
Quando abriu os olhos era noite.
A humidade do mar,
em comandita com a noite outonal,
disfarçava os vestígios da poeira.
Do cavalo, nem sinal.

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