Este agora
será como todos os agoras.
Na sua assimétrica descompostura
os agoras avançam contra a mudez dos passados
ultrapassam até aqueles amanhãs apessoados
que reivindicam pergaminhos.
Ontem
soube de um agora
que se agitou na sensação vaga
de um gume sem paradeiro.
E depois percebi:
cada agora
é uma efervescência de efemeridade
que perde validade
mais depressa do que qualquer fruto.
