10.11.04

Devir

Enternecido.
Contemplar a alvura da pele,
os olhos semi-cerrados que vagueiam
em sonhos perdidos.
Encontrado.
Com o meu destino,
uma vida preenchida
num olhar alheio.
Finalmente.
Um rumo que não se perde
na bruma das erráticas veredas.

Ao acordar,
o olhar que persegue as sombras
escondidas na luz feérica.
Um esgar de espanto
numa vida que aprendes.
Olhar para quem te criou
e beber com os olhos o enternecimento supremo.
Reconfortada.

Parar o tempo.
Nos instantes em que paro diante de ti,
admirado com os mistérios de que és essência.
Também aprendo a viver.
Reaprendo,
com a tua inocência,
com a serenidade que exalas
nas pétalas perfumadas que os teus dedos
aspergem.

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