15.12.04

Torrente imparável

Espreitas.
Olhas para as cores do mundo
com a curiosidade de quem desbrava caminho.
Estendes a mão.
Um dedo bem apertado,
é manancial de ternura doutra dimensão.
De ti a vida jorra sem cessar.
Um repasto arrebatador
que tenho entre mãos.
Não sei o que sentes:
nesse frémito de aprender a ser,
nesse bolear eterno
que traga as cores, os sons, as sensações
- a imagem de que não sabendo
sinto que pulso contigo.
Batidas compassadas,
articuladas,
dois corações em uníssono.
De em ti em mim,
de mim para ti,
num refluxo sem cessar:
até que sejas tu mesma.
Missão inolvidável:
Fermentar uma vida
sem saber que ela seria
a semente da reinvenção da vida do inspirador.

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