Um imenso areal molhado,
despojos da água recolhida
na timidez da maré baixa.
Os seixos espalham-se, inertes.
Esperam nova viagem
na cólera das vagas alteradas
aprazadas para a praia mar.
Aqui e ali
restos do oceano vazadouro
de coisas muitas:
um pedaço de pau
uma garrafa desbotada
um brinquedo amputado
milhentas conchas minúsculas
outrora refúgios de crustáceos vivos.
No templo da maré baixa
a calmaria emproa-se.
Não há vento
nem ondas
apenas uma suave maresia
que entra na respiração
e limpa as angústias povoadas.
Na maré baixa
o sinédrio do espírito reanimado
que embolsa a quietude.
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