Olha o estandarte
o estandarte da folia,
aperta-o contra o peito
e foge
foge dos cemitérios
onde não jaz vida.
Sopra as pétalas diante
a tua embriaguez divinal;
resolve os condicionais verbos
festeja o funeral de todos os oxalás.
Atira-te de cabeça
ao que tudo compensa e passa diante dos olhos.
Não o deixes numa letargia suicida.
Que os dias escassos
são insultados quando passam,
errantes,
como se fossem um navio fantasma
à deriva
sem capitão nem marinheiros.
Mergulha nas águas frias
afogueia-te nas braçadas torpes até ao navio;
faz-te capitão dele
toma-lhe o pulso com uma têmpera indomável.
E depois,
depois
enfeita o convés com as luzes engalanadas
abre as outrora enferrujadas portas do convés
aos convivas
que querem ser parte contigo.
(Funchal)
Sem comentários:
Enviar um comentário