6.8.13

Post scriptum


A capa de gelo:
frontaria reluzente
onde o sol se aninha.
À noite,
quando o frio consome
as entranhas de tudo
e a lua adeja no firmamento,
as veias incandescem.
O lugar dos contrários refaz-se,
desafio.
Os olhos não se demitem.
As mãos ensopadas em suor,
dedilham no céu opaco
os esboços da alvorada devolvida.
Os amanhãs deixam de ser
uma espessa camada com sabor a nada.
O gelo transformou a hibernação
em quadro tingido a fogo.
Agora o doravante já não é pesadelo perene.

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