Não sabia que
as velhinhas alojavam sapiência
não as sabia
tutoras da erudição.
Talvez seja
por envergarem as vestes negras
da perene
viuvez que as desvia dos prazeres.
Não sabia que
uns eruditos medram nos esgotos
não os sabia
arrevesados cultores da inanidade.
Talvez seja
por terem tempo de mais na ludoteca
e se
distraírem com a imagem magnífica de si mesmos.
Não sabia que
há gente que se desonera de cuidados seus
não os sabia
tão generosos com os cuidados alheios.
Talvez seja
por precisarem de cuidados intensivos
dos cuidados
que esbracejam sua frágil condição.
Não sabia da
maldade congénita
não a sabia
património da espécie.
Talvez seja da
ingenuidade que me consome
da ingenuidade
que fermenta o incrédulo.
De não saber
que tanta coisa existe
das coisas que
(vai-se a ver)
estão à
distância de um palmo dos olhos amarrados.
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