As pedras
coalhadas são o chão ceifado
por onde
seguem alces destemperados.
Rios
apascentados emprestam suor à paisagem.
Estorninhos
vigiam o arvoredo, procuram intrusos.
Um padre
peregrina.
Um cantor
assina a pauta dos sabores.
Um cozinheiro
ensaia a coreografia ousada.
E nem o
bailarino tem a têmpera para meter a mão em arte alheia
nem os
julgadores se fazem rogados para ciciar nas costas dos dementes.
As rosas não
estremecem na coloração
nem com trovoadas
medonhas que descarregam toda a ira.
As rochas
agarram-se às raízes
não querem ser
desapossadas do seu chão.
As pessoas
entrelaçam-se em abraços dóceis:
não há estranhos
entre ninguém.
As estrelas que
incensam a noite ensinam o rumo
mesmo que as nuvens
escondam o céu.
Os frutos
colhidos são doces como nunca se soube.
O papel está
branco
à espera de ver
nele vertidas as palavras quiméricas.
O corpo,
indomável,
não mete freios
aos impulsos.
Só contam os
prazeres.
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