Ah! as estrelas cadentes
e as fixas
e aquelas que se levantam diante dos
olhos nossos.
Ah! nutriente luminoso
archotes abraseando a noite fria
onde somos caudilhos em ré menor
e cantamos, em doces sussurros,
às nuvens que desenham o céu.
Ah! os baloiços que recordam a meninice
o tempo de uma inocência madraça
que não apetece resgatar.
Pois só contam os suspiros de amanhã
pela mão dos hojes que se repetem.
Ah! resplandecemos na aurora das velas
fazemos coreografias com os dedos
entrelaçados
bebemos a seiva de um altar-mor
onde nos entronizamos imperadores.
Ah! os corpos dançam sob a lua que decai
deles retemos as dedadas carregadas de
suor
e o mantra que soubemos descobrir por
dentro de nós.
Queremos tudo.
Queremos tudo.
E sabemos que temos o tudo que queremos
à distancia de dois dedos,
de um olhar retumbante
e das palavras solstício que são fio de
prumo.
Ah! sabemos ser nós
e do jogo forte dos corpos enlaçados
sabemos extrair os sucos do âmago dos
prazeres.
Para dizermos:
ah!
uma, duas e três vezes
as que preciso forem
para deixarmos legado no mapa celestial
de onde irrompem as lições maiores.
E, ah!
- ah! outra vez -
exclamemos o pulsar interior
em segredos soprados para o refúgio em
nós.
Até que uma constelação inteira esteja a
nossos pés
e nós,
sobre ela adejando,
nos façamos seus imperadores.
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