Cinzas de um Outono tardio
destapam a lucidez dos elementos.
Voltam
com a luz renovada.
Campos que se extasiam na embriaguez do sol.
Repetitivo
o mesmo ciclo.
E contudo os sentidos ainda inebriados
com os odores que dançam no ar
as cores que semeiam a paisagem
a vida libertada da hibernação.
Almas revigoradas
testemunham a cadência primaveril.
Novo fôlego que desperta
a vida escondida pela letargia invernal.
Só à espera
que o estio se consuma no seu cansaço.
Só à espera
que a indolência dos elementos
se recolha na saudade de outras estações.
No débito da memória
retido fica o sabor ácido do tempo
que se repete.
Fuga da rotineira passada
que tomou conta dos bancos do jardim,
sabendo que depois hão-de regressar os ventos
que outrora já passaram.
No desassossego que os ventos de agora
sejam varridos por nuvens sopradas
de outros meridianos.
5.5.05
Despojos da primavera
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