Numa manhã rumorosa
acordaste
da desaparecida penumbra.
Lá fora
o barulho industrial da grande cidade
deixou de martelar a dor de cabeça matinal.
Revivias os lanços dos tempos idos,
revisitação dolente
a que o marasmo te enredava.
Libertação do torpor maquinal
sorvendo um refrescante sumo de toranjas
enquanto fitas o horizonte perdido.
Remexes numa gaveta
sem saber o que buscas;
os dedos tacteiam objectos inanimados.
Da gaveta tiras uma fotografia gasta;
incensas memórias
por ousadia do porvir.
Tempo de mergulhar
pelos nódulos que te atam
à parasitária forma de viver em ti mesmo.
E de procurar a porta da saída,
uma apertada clarabóia que seja
um novo fôlego.
Um novo fôlego
ou a árvore eloquente
que te dá a vereda necessária.
Sabes, com a certeza das coisas férreas,
que espalhas as sementes
do reencontro ao mais alto de ti.
Da harmonia que buscas, sedento,
um esteio de tranquilidade
destino cumprido, enfim.
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