Dizias
haver abraços irrepetíveis
beijos só no instante em que se esvaem
um rosto amolecido pelos afagos
uma cintilante avenida diante dos olhos
- olhos teus
que por mirarem os meus
faziam de mim
miradouro do mundo.
Dizias
que só há uma entrega
as mãos dadas, o combustível dos corpos
e os corpos sedentos
fogueira dos seus complexos desejos
- os corpos na sua síntese
os corpos em coreografias sensuais
alimento e altar
da combustão estrelar.
Pela manhã dizias
que o mundo podia acabar hoje.
E eu
perplexo
sem saber se por metáfora falavas.
Sem comentários:
Enviar um comentário