18.12.13

Lápis azul


Já as alvíssaras foram ao tacho

pelas penadas almas

que assombram as penitências dolosas.

Encomendada a fatiota janota,

que velório ninguém espera,

dize lá, ó gente madraça,

se sois loisas ou larachas carnais,

ou bichos alcoviteiros

tomados pelo vulgar desdém.

À noitinha,

quando as luzes se apagam da memória,

não vos acometam quiméricos querubins;

não vos sobressaltem as tágides pálidas

nas suas preces iliteradas

e a língua de trapos dos que muito falam

sem nada dizerem.

Não vos deitais no mirífico sossego:

que as teias de aranha por dentro do pensamento

não agrilhoem o pesar.

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