As pedras cultivam suas flores
vertidas em águas sem destino
numa aurora quente
convocada pelas pétalas jocosas.
O céu afivela-se pela cintilação
e, todavia,
a chuva aconchega-se nas árvores.
Já os pássaros,
desafiando a prolixa natureza
e suas lições imutáveis,
entregam a penugem às gotas que caem
e sorriem enquanto sussurram cantorias.
A plateia,
encantada e anestesiada,
incapaz de dizer adeus ao boquiaberto,
aplaude em silêncio.
No marasmo imperador
exultam as imperatrizes exibições
de uma natureza contumaz.
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