Um duende arcano despontou
na floresta densa.
Trazia três candeias acesas.
Uma,
no ombro direito,
apontava para a grande magnólia centrípeta.
Outra,
pendida sobre o esquerdo ombro,
refletia as lágrimas outrora vertidas.
Mas era a terceira que importava:
levou até ao grande lago matricial
onde as nuvens pousavam nos nenúfares,
as cotovias vestiam uma alvura singular,
os beijos marejados ecoavam
e toda a noite se fez claridade.
O duende foi efémero
mas deixou encravada no tempo por diante
uma rosa dos ventos vivaz.
Pois os tempos vividos seriam uma
diferença
com a caução do mundo inteiro.
O duende
não deixaria de vigiar desde uma sombra,
ocultando-se em sua penumbra,
empossado figura tutelar.
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