20.1.15

Promessa

De que vale amofinar,
de que vale se o sol vem depois da noite
os pássaros não deixam de voar
os diplomatas não deixam de urdir
os artistas mal paridos não deixam de ultrajar a arte
e se as promessas não deixam de ser
contrato descumprido para memória futura?
Antes não desembolsar promessas
antes que sejam vertidas num vão altar.
Antes o sol nascente na sua lhaneza
os pássaros em bando compondo a paisagem
os diplomatas na arte da simulação
os mal paridos artistas a dececionarem a estética.
Antes não haja nascimento para as promessas.
Não venha o ajuste de contas da memória
e as cefaleias pontuem nas sobras das promessas álgidas.
Prometa-se que não haja promessas doravante.
E as que a distração escapar deixe
se faça desnascê-las.

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