Cabia na enseada o curto chapéu da memória
as ondas modestas a roubarem o silêncio.
Nas trovas providenciais arrumavam-se as vozes
fendidas no espectral avanço da fala
pequenas sereias habilitadas pelas palavras.
Quem podia dotar a palavra
escondeu-se na mudez.
Ninguém soube a não ser o nada
menos os que se refugiaram no silêncio
que nem sob tortura acabariam por ceder.
Não faz mal:
o que escondem como monopólio do saber
tem a mesma importância
das coisas desimportantes.
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