Descobres
nas trevas
o odor macilento
das coisas escondidas.
Tecendo o emaranhado
de uma teia sedosa
descobres quem és
e mais ainda
– um canto invulgar
remoído na parte esquecida
da existência.
Olhas em redor:
nem o vento que sopra
e te leva o cabelo em desordem;
ou a palidez da luz lunar
tragada por uma tímida
unha de lua que escapa ao negrume;
ou essas nuvens
que viajam,
apressadas,
rumo ao nada;
nem a alvorada que se acerca;
nada
traz o bonançoso ritmo
dos antípodas
de hábitos enraizados.
Querer,
sem poder,
diferir.
Na indiferença da rotina
por entre os caminhos
– tresmalhados –
de uma odisseia ímpar.
Sussurra-te uma voz
de insatisfação.
Varrida da memória que dominas,
ata as mãos ao futuro.
O futuro,
errante roteiro que te hesita,
certeza de um passado
que ousarias renegar
– coragem houvesse
para limpar a cómoda,
instalada,
maneira de viver.
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