Três colheres de
fel
duas esponjas
cheias de tabasco
uma esperança
mal medida
(só para aplacar
a ira).
Um cão raivoso a
morder na perna
a perna mesmo ao
lado do pântano
no pântano cheio
de sanguessugas
como velhas
carpideiras na portaria dos prédios.
Um bolo salgado
a acompanhar
sumo de menta
a língua corroída
pela acidez
da mesma acidez
que perfuma os imbecis.
Juntem-se,
agora,
seis colheres de
fel
três olhos de
boi
barbas de milho
salgadas
presunto de búfalo
dados viciados
uns drogados em impudicícia
e umas algemas
que escondem as proezas.
Mande-se o resto
à sorte da fornicação
(caso se tenha a
fornicação por coisa abjeta).
De outro modo
encomendem-se as
almas transvestidas
ao vómito de si
mesmas.
E haja deuses controversos,
deuses que
ninguém siga,
para abençoar
este altar ungido
por um unto que
escorre das bocas pestilentas.
A aridez do
forno caldeia pesares.
Haja serventia
para os bestuntos de fatiota janota
sem outra que seja
o passeio da sua agnosia.
Empreste-se-lhes
palco.
Precisam da
ostentação do brio mendaz.
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