Tiramos à pele
o corsário
nós
os tão civilizados,
selvagens sem a cor de o ser.
Refúgio nas palavras. A melodia perdida. Libertação. Paulo Vila Maior
A exuberância da época
ou a embriaguez dos convidados
para o festim do consumo:
todos aos saldos
todos aos saltos.
Em meu nome
as bandeiras derruídas
os archotes contra o solipsismo
a matéria etérea nas costuras do dia
os dados que nos são dados
enquanto os dedos adivinham a manhã.
Em meu nome
constelações por inventariar
a pele junto ao peito
o forasteiro dividido
entre a pertença e a ausência
um proeminente cabo que investe contra o mar
a maresia agitada contra as bocas druidas
uma armadura à prova de mundo
o cais generoso.
Em meu nome
o paradeiro dos escrivães dos tempos omissos
a letargia fundente
o degelo armistício
o esquecimento pródigo.
Muito se fala
da última instância
sem se saber do paradeiro
da instância primeira.
Ainda esperneiam
as borras do ano ido
e uma promessa de ano
debate-se
no frágil espaçamento do tempo.