7.1.25

Praça dos desacontecimentos

Lobriguei alcançar

a fábrica dos desacontecimentos

o lugar exuberante

povoado por uma miríade de nadas

repleto de bandeiras a favor da indiferença

sem causas nem apóstolos

 

(useiramente “personalidades”,

que as massas,

contra os prognósticos dos ideólogos,

gostam 

– dir-se-ia, para caucionar o rigor,

precisam – 

de ser apascentadas)

 

nem vagas de fundo,

que essas estão vagas

em sinal de maioridade das massas. 

 

Empanturrei-me

sofregamente

como se fosse o pária dos párias

na ágora dos desacontecimentos

trespassado por um irredentismo não banal. 

 

Deitei-me 

uma sensação de total preenchimento interior

era o que sentia na pele em flor

como se a mente pesasse 

a tonelagem de um elefante. 

 

Durante os sonhos

entoei uma prece 

aos párias dos desacontecimentos

sob o protesto dos gurus limítrofes.

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