16.12.25

O homem alado

Chamavas as árvores pelos nomes

e juravas aos deuses

nos intervalos dos sonhos

que estarias de atalaia 

contra os avanços das marés.

 

Pedias lume à noite imediata

como se à boca subissem os verbos famintos

e na pele fossem tatuadas moradas,

espelhos vigilantes das sombras desenfreadas

no acolhedor cais 

onde as rodas viradas do avesso

cantavam poemas malditos. 

 

Tiravas à sorte o lugar 

e esperavas,

esperavas que o luar aquecesse o rosto

e de todas as matérias fosse o sangue feito

para desses feitos improváveis

só ler as palavras sentidas.

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