Desenho o perímetro da costa
com os dedos entrelaçados
ao vento de estibordo.
Contenho os limites da paisagem
no rebordo das mãos.
O vento alisa,
superficialmente,
o cabelo testemunha.
Não sei das artes de navegar.
Alguém cuida da função
por mim.
Não lhe sei do rosto
nem sei se as mãos são confiáveis.
Não importa.
Suspeito que o mapa
sairá paradigmático
um portentoso achado na cartografia
enquanto a da alma se treslê
em figuras disformes
que se enxertam numa banda desenhada
enquanto estrofes sem vinagre
se derramam nas páginas
que só existem nas varandas do pensamento.
Um sobressalto bule com o barco
e mal me disponho para a simetria.
Oxalá não fosse a validade das almas
o altar menosprezado
onde nem as marés se arpoam.
De mim dou o possível
que aos da argamassa da ufania
deixo o díodo do impossível.
De mim
há de vir ao mundo
a maresia retratada nos mapas
cinzelados por meus dedos desaprisionados.