A solidão
é um osso indigente
um gládio metido à força
no olhar sem caução
o altivo convencimento
dos estetas de si mesmo;
dizem:
uma farsa por dentro
da doutrina do homem gregário
flor sedutora, mas afinal avidamente carnívora
o osso que não fratura
quando a fratura seria condição
da solidão enfim derrotada.
Pois nem o maior dos misantropos
concede
que a solidão seja solução.