12.7.22

Dissenso

A voz da madrugada

objeta o sonho derruído.

 

Não há matéria válida

jogada no avesso da vontade

e as cicatrizes da mudez

não passam de pele tatuada.

 

Não se diga da penumbra

o que se diz de vultos desassisados:

em cima do desenho pueril

sobressai o pesadelo itinerante,

a voz tumultuosa que agrava o medo

um porventura deslaçado murmúrio,

tardio.

 

A voz da madrugada

ainda silenciosa

pressente a tortura consecutiva.

 

Daí o silêncio estrutural.

Sem comentários: