Como o guarda-redes aterrorizado
à la Bukowski
as pessoas recuam até à omissão
deixando a inércia como pedra tumular.
E, todavia,
ninguém intui o penalty contra elas
ou sequer consta
que são o gordo imprestável,
apenas prestável para ir à baliza.
Os olhos lacrimejam medo
transpiram medo
pintam quadros amorfos numa tela de medo.
Os apoderados pelo medo
nada sabem de História
se não tomariam por seu
o encargo que foi outrora
dos seus antepassados.
Talvez sejam apenas modestos,
dispensam a glória embebida na toponímia
em paga do legado
(que não deixam).
Do outro lado da mesa,
alguém inscreve a opinião em talha dourada:
et pur si muove
aferindo pelo musgo da tecnologia
inventada a cada minuto que tem corda.
(Ou pode ser apenas
para contrariar o pessimismo do vate.)
Oxalá esteja tudo às avessas
e por deserção do guarda-redes
(ausente da baliza)
os golos,
de tão fáceis parecerem,
e escandalosamente falhados.
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