A penumbra
revela a silhueta
do dia diletante.
É como se o mosto escondido
se despisse da vergonha
e aparecesse antes da noite
para ser dia até ao fim.
E as pessoas
deixavam as sílabas mestiças
livres e sem métrica
e elas sabiam ser o ouro da fala.
O céu em forma de bronze
protege os que não se cansam
(alguém atestava).
Dão os mãos
em estrofes vertidas
no vento que povoa a rebeldia.
Se fosse pela manhã apregoada
os calendários não fugiam de cena.
À hora do entardecer
cumpre-se a jura que de si própria jura
o mantimento que se não nega
aos mecenas providos em solene palco.
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