Damos sede ao corpo
no fogo que amanhece
por dentro da boca ateada.
As mãos desenham um mapa
ouvem os poros suados
– os poros não extintos
no diadema da combustão.
Dos sonhos
dizemos serem feéricos
imperturbáveis
à espera de serem chão emoliente
e da seiva em levitação
ajuramentada
no compasso da lava irrefreável
a espreitar entre a penumbra.
Não mentimos ao desejo.
Mantemos os corpos emaranhados
na dialética sem tratado.
Cuidamos de ser
em nome próprio
deuses que tutelam todos os demais deuses
– pois é alquimia que se agiganta
no entrelaçar dos dedos
nos corpos que se trespassam
em verbos singulares.
No espaço entre nós
não cabem milímetros intrusos.
A manhã já foi promessa
e materializou-se
trono acima dos tronos
de onde reinamos
no idioma que por nós fala
– nas sílabas do sangue ebuliente.
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