As coisas que se dizem:
a maldita boca destravada
vai mais depressa que o pensamento
azedando palavras
abrindo feridas
à prova de cicatriz.
Os mastins
seguram a decência com a boca
mordem-na nos lábios
apetece-lhes falar do avesso
como se condenassem os costumes
ao silêncio
e depressa os centuriões dos costumes
deitam-nos em acareação fundamentada
com os déspotas que bebem conspirações
azulando o caos com um raiar amanhecedor
o pior dos embargos:
ainda
há muito dia
a caminhar
e ele
já nasceu
torto.