Somos
as perdas a prazo
monumentos arcaicos na posse do medo
tiranetes escondidos debaixo de batinas
a poeira acamada em cima dos calendários
um polvo privado de fala
e a voz entoada a relapsa tinta-da-china
que ornamenta as páginas.
Somos
arrependimentos sujeitos a arrependimento
traves de aço mortiças,
pendidas sobre o precipício,
rapazes escolásticos que fingem decoro
a terrível orquestração que nos afasta dos eu
colégio de nuvens sem interior
a dançar desajeitadamente
em cima dos copos vazios.
Somos
aqueles que deixaram de ter
remédio.
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