1.1.24

Do lado da maré

Quero

que em galáxia se torne

o penhor de meus desejos

um miradouro sem paradeiro

onde a paisagem é esculpida por mim

às mãos fugitivas que se desaconselham.

Como se fôssemos todos apátridas

todos

os guarda-luas diligentes

que não perdoam a indigência 

a verdade teimosamente disfarçada de verdade

a utopia hasteada a hino sem bandeira

todo um labirinto sonhado 

enquanto o entardecer proclama 

a noite duradoura.

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