Somos os cachalotes vilões
mastins embuçando a sede de carne viva
adamastores que transitam nas alheias dores
tiranos seráficos voando sobre a indignidade
lobos incansáveis na solidão déspota
condenados por decreto beato
assanhados apócrifos em piscinas vazias
hereges sem herança
párias devolvidos ao nevoeiro circunspecto
ladrões de nomes
ladrões em forma de plágio
mandantes a soldo de um punhado de moedas
consciências sem consciência;
mas
tirando isso
não nos podem acusar de nada.