Dizia
as tempestades medem
a força da ira sem freio
os rostos plúmbeos
sentados sobre as nuvens
alugando a chuva abastada
que se precipita
democraticamente.
Dizia
não se encolhe o medo
perante os disfarces
deitando em cima da gramática
a sua contingência
desapalavrando os dicionários
até que as pessoas
não saibam dar sentido
ao que ouvem
e deixem de saber
como inteligíveis são
as palavras que das suas bocas ecoam.
As tempestades salivam
uma amostra de caos
a imagem organizada
de um lugar de Babel.
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