16.12.24

Cartão de cidadão

Os nomes

hasteiam princípios

uma gramática por vezes esquecida

no contemporâneo desfile de egos cingidos. 

Os nomes

já não contam 

ou são tomados por pouco contarem

escondem vidas atrás de um biombo

a sagração da indiferença recíproca. 

Os nomes

são como idiomas não falados

grupos sanguíneos afeiçoados

à medida dos corpos estranhos

que os outros passaram a ser. 

Os nomes

são apenas os nomes

um pretérito estilhaçado

no imperfeito que rima com o futuro.

Sem comentários: