Saltava os versos rudimentares:
era a patologia dos apóstatas
que a si convocam a erudição exibicionista
e catalogam os pertences
segundo uma duvidosa hierarquia de preceitos.
No final de contas
não colhiam juros dessa cacofonia
e nem a pose própria da pertença a uma elite
(que não passava disso mesmo,
uma pose)
era a boia de salvação da indiferença geral
(e da particular também).
Nem que usassem lantejoulas as suas palavras
ou viessem cobertas de um oportuno despesar,
como se houvesse caução divina,
a onerosa condição do anonimato
não estava em vias de extinção.
A culpa
– murmurava
para acalmar os ânimos interiormente exaltados –
era do espelho lá em casa
e de todos os outros
conspirativamente espalhados pela cidade:
e eles se devia
a soberba de quem desdenhava do espelho puído
mas depressa o chamava como caução
da estatura tão desejada.
Não fosse a cegueira da ambição
e a teimosia em ver o seu devido tamanho
e tanto sobreaquecimento do eu
estaria condenado a severa restrição do juízo.
À sua falta
(de juízo)
e na falta de um caritativo juízo exterior
que o chamasse ao juízo
estava cada vez mais candidato
ao risível sentenciado pelos outros
que o poderiam chamar a juízo,
na persistente dilação da falta de juízo.