Sou
como uma garrafa
possivelmente enjeitada e deitada ao mar
sem saber
o paradeiro do marinheiro
sem saber
onde a garrafa foi rejeitada
sem saber
se a garrafa esconde no seu interior
enigmática ou não mensagem
ou apenas mensagem alguma.
Ou sou
como o marinheiro angustiado ou não
que enjeitou a garrafa
ou apenas a entregou nos braços do mar
por enfada com a rotina
ou, talvez,
porque a garrafa apenas fugiu das mãos
devido ao excesso de álcool.
Ou sou
como o anónimo que longe ou perto
alcançou a garrafa
e, vá-se lá saber,
ficou indiferente
ou a desalfandegou da estadia no mar
para saber
se escondia um segredo
ou um tesouro.
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