Tenho quantos minutos
para deixar que a boca
seja testa-de-ferro
de meu sentir?
Os campos magnéticos
magníficos
hipnotizam os olhares atestados
são como maestros à prova de bala,
caóticos,
empenhamos na desorganização de tudo
como se um furacão varresse as fronteiras
e sob os escombros
se aproveitassem os destroços sem medo.
Por cada maré
um copo de dia para tomar conta do cais
antes de as embarcações subirem ao mar
cheias de marinheiros contrariados
e de uma faina prometida pela oração do estuário,
ou o penhor que respira por dentro da pele.
As mulheres inteiras esperam
e não rezam
não rezam
para não chamar o azar.
Confiam no sortilégio da maré
esperam do poema
o vencimento de todas as causas.
Cheiram
desde os quartos onde se consuma a solidão
a maresia distante
como se chamassem os maridos
e sob a penumbra
silenciassem as dores da ausência.
O contramestre gasta a voz
contra o mar tempestuoso.
Não sabemos nada;
nada:
se fôssemos marinheiros
qual seria o mandamento da vida
se ao sair de casa
não soubéssemos
se a ela voltaríamos?
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