Desfaz
o espelho embaciado
com a doce voz dos teus dedos.
Fabrica
o sol ancião
enquanto o dia terça
um lampejo de luz.
Embebe
no nome da manhã
a força bruta da lava arrancada
ao espírito dos deuses.
Anota
em papel requintado
o paradeiro da vontade
e mente
(se preciso for)
aos tribunos que se apessoam
na frivolidade limítrofe.
Traz ao areal
a espuma hasteada pela maré
e amansa a angústia acastelada
na trovoada amordaçada.
Ferve
com os dentes em ebulição
as ofensas em banho-maria
e devolve as suas matriarcas
à casa da partida.
E prepara
a bebida na véspera do anoitecer
para fingir os pesadelos amarelecidos.
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