Mandatado pela tatuagem que debitava vanidades
parei diante do estuário
o amplo parque de estacionamento de navios
e senti que as palavras queriam lava
os dotes avulsos subindo à boca de cena
antes que as omissões se tornassem olvido.
Era o chão fértil dos grandes escapistas,
tortuosa a espera pelo ontem havido,
enquanto no apeadeiro se falava um idioma caro.
O amurado cear não tinha o luar por companhia
mas não fazia mal:
há almas que substituem a angústia por centelhas
trazem em mão as suas próprias centelhas
e recusam a luz fabricada.
Depois de amanhã
voltaria ao lugar de anteontem.
Suspeito que os dias não combinam
e tudo se fará farta colheita nos bolsos revezados.
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