O fogo desce ao céu
esfria a pele urdida nas fontes invernais
conspira
a distração contracenada
com os espíritos benignos que ascendem,
vultos de si mesmos,
no improvável hastear de poemas incendiados.
Combinam-se os rios modestos
com a intercessão da chuva antecipada
ao inverno:
as águas sobem ao céu
encomendadas ao ímpar murmúrio noturno:
não se esperem selas adestradas
nem vozes domesticadas;
espere-se um vulcão desamordaçado
infrene na insubmissão
colheita abastada do investimento pressentido
nas silhuetas vagas que se desenham
nas nuvens à margem.
O fogo retorna à nascente,
erupção virada do avesso.
Do perdão
não há xisto que o emoldure.
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