17.10.24

Andamos todos ao mesmo

Afundo a porta

antes que a porta seja o fundo. 

Estilhaços polvilhados sobre tapetes persas

carimbam a impressão digital da civilização

que ainda está à espera 

de aspas a preceito. 

O corrimão gasto

gosta de mãos;

como uma verdade insofismável

odeia filósofos.

No fundo

como os engenheiros detestam demolições

a não ser que sejam os pais 

da obra consequente. 

Andamos todos ao mesmo

pressentiu

como quem tem um oráculo sobre o passado

o videirinho que da aldeia 

aterrou na cidade-véspera de outras metrópoles

e, encantado em saber que há ajuntamentos

com mais de três pessoas,

escalpelizou os malefícios da mortandade. 

Pois é,

andamos todos ao mesmo.

Só que uns

vão a velocidade deferente.

Sem comentários: